sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Super Mário Bros

Thank you Mario
But our princess is in another castle

Foi difícil escolher o primeiro jogo para ser colocado neste museu, mas após alguma deliberação chegou-se à conclusão que o Super Mário seria uma boa adição ao espólio que se quer reunir.


Pois bem já devem estar a adivinhar que irei falar do Super Mário Bros o jogo lançado para a velhinha NES da Nintendo uma consola de 8 bits e corria o ano de 1985 quando ele saiu, porém eu só comecei a joga-lo em 1989.
Super Mário, para quem não sabe é originário do Japão e o seu criador foi Shigero Miyamoto, esta personagem já antes tinha aparecido noutro jogo com um nome diferente mas isso deixo ao leitor para pesquisar a história oficial, aqui será abordada a memória do que o jogo foi para mim.

Mário é um canalizador, ou melhor, um picheleiro, seria possível agora fazer-se um jogo com um gajo que trata de canos e fazer sucesso nos dias que correm, acho que não, apesar de saírem imensas sequelas mas o sucesso já vem de trás. Pois bem como estava a dizer o Mário é um canalizador italiano originário do Japão, veste um fato de macaco vermelho, tem um chapéu também vermelho uma camisola em tons de verde, é dono de um bigode farfalhudo tem um irmão chamado Luigi que em tudo é igual ao Mário só que tem um fato branco e boné branco.

Este era um jogo de plataformas no qual o objectivo principal era salvar a princesa da Terra dos Cogumelos das garras do Bowser, basicamente a história era esta, o jogo não prezava por um grande argumento, aliás o Mário já aparecia nessa terra, ninguém sabia de onde ele vinha, quais eram as motivações, mas isso não interessava aliás o seu sucesso deveu-se simplesmente à sua jogabilidade, carisma das personagens, banda sonora que ficava no ouvido e a capacidade de criar vicio, era difícil arrancarem-me o comando da mão, diga-se de passagem.

O jogo em si era bastante simples, tínhamos de saltar de plataforma para plataforma, apanhar moedas, quando se chegava às cem ganhava-se uma vida extra, depois haviam os cogumelos, não eram para alucinar mas sim para por o nosso boneco gigante, porque quando o jogo começava ele era um anão e bastava um toque de um inimigo que se morria logo e se ele estivesse grande podiam tocar uma vez que depois ele ficava anão novamente mas não se morria. O melhor era que quando estávamos gigantes apareciam uma flores que se apanhássemos, podíamos disparar bolas de fogo, isso era espectacular principalmente contra os bosses que dava um jeitão tremendo. Existiam ainda umas estrelas mágicas que nos davam imunidade ao mesmo tempo que nos permitia destruir tudo mas isso tinha um limite de tempo.

O jogo obrigava-nos a saltar para tijolos ou a mandar-lhes com a cabeça para os arrebentarmos, alguns tinham cogumelos que nos faziam crescer, outros tinham cogumelos que davam uma vida, depois havia as flores, as estrelas, bónus de moedas onde cada tolada era uma moeda e por último as trepadeiras onde se ia para as nuvens e depois era só apanhar moedas, funcionava como espécie de nível de bónus o que era fixe quando se jogava aquilo pela milésima vez e já decorávamos os sítios onde estavam as coisas era sempre à abrir.

Os cenários eram dos mais simples começávamos sempre no exterior, depois íamos para os subterrâneos ou fundo do mar que eu detestava, montanhas e depois o interior de uma fortaleza. Quando se estava quase a chegar ao fim dos níveis de exterior e montanhas havia umas escadas para subir e saltava-se para a bandeira de um castelo que era o sinal de vitória e lembro-me perfeitamente de em casa essa ser uma parte muito competitiva pois queríamos sempre ver quem fazia mais pontos aí e também quem tinha mais foguetes, isso era quase mais importante do que chegar ao fim.

Neste jogo o Mário tinha inimigos e alguns bem engraçados, havia uns tipos que pareciam uns queques de chocolate com olhos e pés e esses eram os mais fáceis era só saltar para cima deles e esborracha-los ou então mandar bolas de fogo, depois as tartarugas que tinham uma cabeça de pato era saltar para a carapaça depois empurrar e elas varriam tudo, porém se ficássemos perto elas batiam nas coisas e vinham para trás e se estivéssemos no caminho também íamos de vela o que me aconteceu muitas vezes por querer fazer tempos record nos níveis e também se esperássemos muito tempo elas saiam da carapaça e voltavam a andar, depois haviam as tartarugas com asas, por isso é que tinham cabeça de pato, que se mandássemos uma bola de fogo queima-se as asas e caiam se houvesse buracos morriam senão caiam em terra e tínhamos de acabar o serviço. Existiam ainda aquelas que para mim eram as mais difíceis as tartarugas que saltavam e mandavam martelos, perdi imensas vidas á conta delas, principalmente se fosse anão que era ainda mais difícil de conseguir mata-las. Havia ainda uns couraçados que não se matavam com bolas de fogo era só ao salto, os homens bomba que eram disparados na nossa direcção nos quais devo dizer que morri algumas vezes (muitas), porque tinha de me desviar deles e de outros inimigos e esses só se matava ao salto também. Mas não se pense que os ataques consistiam só nisso depois havia uma nuvem com uma cara sorridente que nos perseguia em alguns níveis e que enviava uma espécie de ouriços-cacheiros com carapaça de espetos e esses como é óbvio não se matavam ao salto se bem que o sorriso da nuvem era perturbante do género “anda cá que eu vou-te lixar, mas com f”, existiam uns pinguins de cachecol que também nos perseguiam e apareciam as dezenas e basicamente aquilo era fugir e saltar, esses eram outro que me metiam nojo, depois nos níveis do mar tínhamos umas lulas que pareciam uns supositórios mas que eram lixadas eu odiava os níveis do mar perdi mais vidas aí do que aquelas perdidas no Titanic. Existiam também umas plantas carnívoras que saíam dos canos e que nos tentavam agarrar.

Falando em canos quem não se lembra dos canos que davam para locais secretos onde se apanhava moedas com fartura? E dos sítios escondidos com vidas como aquele logo no primeiro nível, mas o mais incrível era nos níveis dos subterrâneos, quando se estourava o tecto e se fazia o nível sem problemas e se encontrava os canos que levam logo o Mário para os últimos níveis, quem nunca chegou ao fim assim está a mentir, olhem eu nunca cheguei.

Mas então e o que dizer de quantos cogumelos tínhamos de salvar e depois diziam “ai e tal Mário que a princesa esta noutro castelo”, íamos a outro castelo e estava lá o mesmo gajo preso, ca burro salvávamos o tipo e ia sempre preso e no último apanhava-se a princesa, e depois a princesa dizia obrigado e se quiseres tens uma nova demanda, o que era? Fazer tudo de novo e era se quiséssemos. E fazíamos, eu sei lá quantas vezes joguei aquilo, ainda hoje jogo, devo dizer, que nunca tive uma NES, tinha era aquelas consolas dos chineses daqueles cartuchos amarelos, à outras cores mas o amarelo era o que mais se via ok?

Tenho de falar dos níveis dos bosses aquilo é que era um fartote, tínhamos obstáculos como paredes de fogo que giravam e tínhamos de ter o timing certo para saltar e muitos abismos para a lava, o boss, diga-se de passagem era sempre igual uma mistura de tartaruga com dragão que lançava fogo e martelos, ui que assustador e muito difícil pois o fogo e martelo como se mata este gajo? Simples, se tivessem as bolas de fogo meia dúzia era o suficiente para o matar, ou então o melhor mesmo era saltar por cima dele apanhar um machado que fazia o chão desmoronar-se e ele caia na lava, era este processo igual em todos os bosses, eu tentava sempre mata-los dessa maneira, achava mais piada, mas atenção que o ultimo nível era do caraças se errássemos nos sítios onde entrar aquilo ficava tipo labirinto era mesmo muito difícil e muitas vidas perdi aí também.

A banda sonora era do mais simples que havia, mas ficava no ouvido, tenho a dizer que neste momento o meu telemóvel tem tom de mensagem e toque baseados no Marocas, desafio o leitor que tenha vivido intensamente este jogo a não se lembrar sequer de uma música do jogo, desafio mesmo.

Quando estávamos mais do que um em casa aquilo era de rir, era quem mais fazia coisas para induzir o outro jogador em erro para perder, faziam-se marcações de pontuação para ver quem consegui ir mais longe com mais pontos, basicamente tudo servia para competir, o número de vidas, os continues, os níveis, as bandeiras dos castelos, o tempo, etc. Só parávamos o jogo para comer pão com tulicreme e mesmo assim as vezes não parávamos, só se desse o Tom Sawyer ou o Bocas.

Este jogo teve o condão de colocar também as raparigas aqui do sítio a jogar e tão viciadas como nós rapazes.

Por todas as tardes e noites, sozinho ou em grupo que passei com este jogo acho que ele é merecedor de toda a minha consideração para ser uma exibição permanente deste museu.



Aqui fica um excerto do primeiro nível do jogo.
 

0 comentários :